Efeito no cursor

sexta-feira, 20 de março de 2015

Planejamento coletivo

Na quinta feira  dia 19/03 tivemos um encontro na Escola Municipal Vilma Brito com as coordenadoras Ivana de Deus e Socorro Cabral, juntamente com os alunos bolsistas do PIBID e a  supervisora Maria Lucia, um encontro onde iniciamos com uma mensagem de Carlos Drummond de Andrade “ Recomeçar” , após distribuição  do calendário escolar e divisão em dois grupos para planejarmos os primeiros dias de aula  do ano letivo, momento este de construção e re-significação  de  idéias coletivas onde planejar segundo Vasconcelos  é antecipar ações para chegar a um objetivo e concretizar o ensino através da pratica pedagógica.

    

quarta-feira, 18 de março de 2015

Minhas memórias





Comecei minha trajetória de estudante aos quatro anos de idade em uma casa que funcionava como escola perto da minha casa. Minha mãe sempre ia me buscar mais cedo, pois eu gostava de dormir sempre a tarde não ficava muito tempo além dessa, freqüentei quatro escolas em casa de vizinhos por mais alguns anos.
Passei um período em uma escola do município na época conhecida com AJAN era uma casa simples, alugada pela prefeitura onde as cadeiras eram todas de madeiras, a merenda  que eu lembro era  uma galinha que vinha enlatada os ossos eram bem mole tinha acredito mais ou menos um quilo na lata, o ensino era através de ABC e cartilha.
Segundo CAGLIARI (1998): A maneira como as cartilhas lidam com a fala e a escrita confunde as crianças uma vez que passa a idéia de que a linguagem é uma soma de tijolinhos representados pelas sílabas e unidades geradoras. Ora, as crianças aprenderam a falar de outra maneira e, portanto, para elas a linguagem apresenta-se como um todo organizado de maneira muito diversa daquela que a escola lhes mostra. No fundo, as cartilhas deixam de lado toda a trama da linguagem, ficando apenas com o que há de mais superficial (p.82).
Após este período meus pais me matricularam em uma escola particular chamada Dósreis onde o dono da casa parecia um papai Noel, morava no lado e na outra parte funcionava a escola que era uma igreja evangélica, possuía bancos de madeira compridos com lugar para escrevermos. A professora chamada Maria José, conhecidíssima na época, outra professora famosa que tinha o mesmo método de ensinar naquela época  era dona Minalva. Maria José tinha muitos alunos, pois as famílias a tinha como referencial de ensino utilizava o método tradicional, usava a régua de madeira, uma palmatória, cartilha e tabuada, Nunca precisei utilizá-la, o grão de milho para os alunos rebeldes, quando ensinava o alfabeto utilizava o papel com uma roda no centro, momentos no qual não podemos esquecer. Neste período observamos que o professor é um mero reprodutor do seu conhecimento, sem preparo transmitindo o que sabia. Segundo Alarcão [...] a noção de professor reflexivo baseia-se na consciência da capacidade de pensamento e reflexão que caracteriza o ser humano criativo e não como mero reprodutor de idéias e práticas que lhe são exteriores. É central, nesta conceitualização, a noção do profissional como uma pessoa que, nas situações profissionais, tantas vezes incertas e imprevistas, atua de forma inteligente e flexível, situada a reativa. (ALARCÃO, 2003, p.41)

Período de Formação


Após o primário fui para o colégio polivalente onde para matricular os alunos tinham que fazer uma prova de classificação, antes os pais teria que pernoitar para conseguir fazer uma inscrição que resultaria nesta prova, não fiz por conhecer uma funcionara da escola. Período importante da minha vida, onde a escola dispunha de aula de educação para o lar como culinária e pintura, técnicas agrícolas onde trabalhavam com a terra, e técnicas industriais aprendiam utilizar o pirografo, a parte de impressão, construção de matérias feitos com  madeiras e cerâmica. As aulas de educação física eram divertidas usava uma  micro saia com um shortinho por baixo que parecia uma calcinha, quem é que hoje vai à escola vestido assim? Os sapatos vulcabras preto, conga  branca ou azul, para as atividades de educação física. Nesta época as escolas não tinham tanta violência como hoje, os alunos gostavam e sentia prazer em estar na escola, não era algo imposto como vimos nos dias atuais, crianças sendo obrigadas a estudar pelos pais, porque irão perder a bolsa escola, o leite, ou quando falam em paralisação ou greve muitos dão graças. Os alunos deste tempo nem todos tinham acesso à escola, pois os materiais eram caros, os livros não eram distribuídos gratuitos pelo governo, como hoje, para entrar em uma faculdade era muito difícil. Não posso deixar de relatar a respeito de uma professora chamada Maria Luiza era um carrasco, época de prova parecíamos que estávamos em um campo de concentração, ficávamos sentados estáticos sem poder levantar na hora da prova, não podíamos virar para os lados, que dirás pegar uma borracha no chão. Outra atividade era os cadernos de copia, todos tinham que fazer solicitados pela professora de língua portuguesa, Nelci, se  errássemos em uma copia na parte ortográfica  na próxima aula teríamos que trazer mais três.  Estudei no colégio Polivalente até a 8ª série, não queria fazer o ensino médio ou cientifico por não dar nenhum diploma, optei em fazer magistério no IERP. 
 Estudei três anos no IERP no GOTE onde existiam três pavilhões, momento de construção da minha identidade como educadora, onde tive a minha primeira experiência como professora, momentos em que percebi que seria algo prazeroso lhe dar com crianças e com seu aprendizado. Fiz o estágio na Escola Alto da Coelba, estudei durante os três anos no IERP, estagiei na mesma escola a qual estudei a 3ª e 4ª serie. Algumas coisas tinham mudado, porém a estrutura física continuava à mesma, sete anos depois, hoje Colégio Cesar Borges, onde deparamos com salas com ar condicionado e quadra de esporte. A formação do professor se dar como um processo contínuo, no qual não se reduz somente à formação inicial. Segundo Ribas (2000, p.38). “A formação inicial não é uma fase completa na vida do professor e sim uma primeira etapa: no entanto se ela preparar bem (desenvolvendo atitudes de disposição para o estudo, para a busca de referências na prática e para a investigação) o professor transporá os obstáculos do cotidiano escolar e terá maior segurança nas decisões, principalmente na fase de socialização que ocorre no ambiente de trabalho”.
Parei de estudar após o magistério iniciei uma carreira autônoma como professora de educação infantil, aluguei umas garagens, com espaços pequenos, conseguindo matricular um número grande de alunos, vizinhos e desconhecidos, alfabetizando com poucos recursos, crianças de quatro a seis anos. Acredito que esta minha vocação de ser professor foi construída  através de muitas vivencias em escolas pequenas, principalmente que naquela época, o professor era importante, tinha o seu valor, queríamos ser igual a eles quando crescer, com isso fui gostando e aqui estou. 


Crescimento e experiência profunda


Fiz o concurso da prefeitura em 1994 na época o prefeito Lomanto Jr. passei em classificação alta, na sede não tinha mais vagas fui chamada para o distrito optei em ir para Florestal pensando eu que seria lá mesmo, porém um lugar mais perto, para a minha surpresa um lugar antes de Florestal, contudo afastada da rodagem, umas 4 horas a pé e 1 hora de carro mais ou menos. Uma região de difícil acesso, tinha três escolas: Humaitá, Riacho dos Piaus e Calado a qual eu fiquei, uma distante da outra. A terceira escola não tinha acesso de carro e nem estrada, só a pé ou a cavalo. Lugar abandonado pelo tempo e pelos governantes, cheia de matos e bicho. A água para ligar tivemos  que fazer uma encanação da serra. Os alunos foram sendo matriculado de acordo com os dias, andando pelas fazendas, uma distante da outra, a merenda que ia daqui chegava aos Piaus, eu conseguia um cavalo ou burro que era mais resistente colocava no lombo e montava no meio para levar ao Calado. A merenda era feita na área do fundo da escola com fogo a lenha, às vezes queimava ou derramava, pois tinha que ensinar e olhar a comida.  As salas de aula eram cheias, multisseriadas com crianças de todas as idades, dificultando muitas vezes o trabalho em sala de aula, principalmente que nesta época eu não tinha tanta experiência em alfabetização, porem conseguir no final fazer um bom trabalho com aquelas crianças. Saindo desta escola passei a ensinar nas duas anteriores onde morava na casa da merendeira, saia pela manhã e retornava ao meio dia para ensinar à tarde, na outra escola. Conheci muitas pessoas, vivenciei muitos problemas, conseguir sobreviver durante quatros anos e meio sem contar que para chegar à rodagem tinha que caminhar duas ou três horas para pegar o carro, enfrentando bois pela estrada e muitas vezes só, com meus pensamentos voltados para Deus pedindo a todo tempo proteção naquelas estradas desertas.
Fui transferida para a cidade, estudei em duas escolas diferentes logo depois consegui ir para a Escola Municipal Vilma Brito mais perto de casa, umas das colegas de trabalho era justamente a minha professora de infância Maria José, escola na qual estou há 14 anos, onde dedico as minhas experiências e praticas  pedagógica vivenciando as dificuldades enfrentadas por mim e demais colegas, diante de tantos problemas em salas, apesar de ciclo, alunos com idades certas em cada sala, porem multisseriadas  com seus problemas de aprendizagens, alunos nos últimos anos com necessidades  especiais, onde a maioria dos professores não estão preparados para lhe dar com esta clientela. No entanto as escolas têm a obrigação de aceitar crianças com necessidades especiais mesmo não estando preparadas, por conta da inclusão que acaba muitas vezes excluindo. A Declaração de Salamanca que fala sobre princípios, política e práticas na área das necessidades educativas especiais nos diz na ( p.8) que as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas se devem adequar através duma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades. 

Experiências inacreditáveis




Quanto a minha graduação muitas histórias vivenciadas, realizei vestibular em Valença e  cursei faculdade a distância semipresencial em Santo Antonio de Jesus na FACE ( Faculdade de Ciências Educacionais),  saímos daqui  de Jequié às vezes de ônibus ou  de topic, saindo 4 horas da manhã para chegar às 8 horas, onde  ficávamos o dia todo, retornávamos as 22 ou 23 horas do sábado do mesmo dia, uma vez por mês ou quinzenal, éramos 15 alunos onde fizemos seminários , oficinas, trabalho em campo, excursões, trabalhamos com vários  teóricos assim  como, Wallon que vê o desenvolvimento da pessoa como uma construção progressiva em que sucedem fases com predominância alternadamente afetiva e cognitiva.  Mim deparei com o senso comum de   Vygotsky onde desenvolveu os conceitos espontâneos ou do cotidiano, também chamados de senso comum, são aqueles que não passaram pelo crivo da ciência e  trabalha com a idéia de zonas de desenvolvimento, vislumbrei com o ensinamento de Ana Teberosky  Emília Ferreiro para elas as crianças elaboram conhecimentos sobre a leitura e escrita, passando por diferentes hipóteses da escrita: pré-silábica, silábica,  silábica - alfabética e alfabética.Ana Tebetosky foi uma das  orientadoras na construção da minha monografia onde eu pesquisei e relatei sobre as dificuldades de aprendizagem dos alunos, utilizando as hipóteses silábicas. No caso de Sócrates fiz uma viagem no tempo, um dos grandes pensadores nos diz que o verdadeiro conhecimento vem de dentro, aprendi muito com os pensamentos de Santo Agostinho mostrando pensamentos voltados para Deus. Para ele Para ele Deus é a bondade absoluta e o homem é o réprobo miserável condenado à condenação eterna e só recuperável mediante a graça divina e Paulo Freire nos relata que a escola deve ensinar o aluno a ler o mundo para poder transformá-lo brilhantes conhecimentos para nós educadores. Ganhei muito nesta graduação,  tanto em crescimento quanto em conhecimento. Teve momentos que deparamos com carro que soltava a capa do pneu em plena BR 101, perseguição de ciganos, onde o carro que nos levavam atropelou um filho de cigano na rodovia, o motorista sem poder parar para não se linchado pelos ciganos, teve que abandonar o local e em fuga fomos perseguidos como em um filme na BR 101, chegamos a um posto, o motorista entrou em uma sala e chamou a policia da cidade mais próxima, depois a policia rodoviária e por ultimo a civil, com isso os “gajões”, como são chamado os ciganos queriam a qualquer custo pegar o motorista, fomos escoltados ate a cidade de Valença ao complexo policial, a faculdade nos enviou um advogado, graças a Deus conseguimos retornar a nossa cidade e a criança não sofreu nenhum problema grave.
Terminamos a graduação entrei em uma especialização de psicopedagoga na REALIZA, no intuito de descobrir e como lhe dar com as dificuldades dos alunos em sala de aula. Após esta fiz outra especialização em educação especial pela FIJ, hoje FIEEF, tive também excelentes professores, onde através de informações teóricas e vivenciadas por muitos deles consegui melhorar as minhas inquietações, de lhe dar com alunos especiais. Mesmo assim ficamos de pés e mãos atadas por não termos assistência de uma equipe especializada para atender estas crianças com dificuldades como: um fonoaudiólogo, psicólogo, neuropediatra e outros especialistas.
Retomo a escola em que trabalho onde relembro o texto de Dayrell mostrando a chegada dos alunos na escola o barulho da sirene o burburinho e a correria dos alunos ate as suas salas. A minha turma são alunos de 5° ano com faixa etária de 10, 12 anos e 15 anos no caso de Isaias aluno especial onde a cada ano deparamos com problemas diferentes em sala, tenho em um dos turnos cinco alunos especiais onde dois deles tem laudo acompanhados por Dr. Eduardo Corró, alem deles mais dois são acompanhados pelo CAP e um com  baixa visão acompanhado pela AJECE. Segundo Dayrell ao se trabalhar com jovens deve-se compreendê-lo na sua diferença, enquanto individuo que possui uma historicidade, com visões de mundo, escalas de valores, sentimentos, desejos,  projetos , com lógicas de comportamentos e hábitos que lhe são próprios.

Experiências no PIBID


Aqui estou eu Jocelice Souza Santos mais uma vez buscando mais conhecimento e aprendendo com a turma do PIBID e a lhe dar com o moodle e suas redes de conhecimentos e desafios como também entender e compreender os textos trabalhados de grande importância para repensarmos sobre a nossa prática pedagógica, através de nossa supervisora Socorro Cabral.  O PIBID é um programa importante para se ter uma visão do trabalho em sala de aula e de como se dar o aprendizado dos alunos, tendo um convívio diário entre direção, professores, funcionário e estudantes, nos possibilita a buscar  mais conhecimentos e aprimoramento para a nossa prática pedagógica, como também a lhe dar  e trabalhar com estudantes de pedagogia de vários semestres. Ao participar do PIBID conseguir reaver e aprender, desde a vivenciar o ambiente virtual como também a postar trabalhos  no moodle, estudos com filmes que retratava as praticam e os ambientes escolares, trabalhos em grupo, resenhas, fórum de debate, livros para reflexão sobre a partis pedagógica foram de grande relevância nesses meses em trabalho com toda equipe. Um dos trabalhos gratificante ao qual participei foi o seminário onde deparamos com diversos trabalhos, apresentações, fóruns de debates sobre a importância do PIBIDNeste seminário podemos apresentar os scrap book que são caixas decoradas que colocamos recontos de histórias feitas pelos alunos, trabalhos estes realizados pelos alunos do 5º ano. Ideia trazida pela coordenadora e orientada pelos alunos do PIBID onde vivenciamos a sua construção desta realidade muito gratificante.